Porque tantas e tantas vezes, enquanto insistimos para que as crianças distraiam-se com seus brinquedos, elas desviam-se para as panelas, as laranjas, as gavetas, os armários, os CDs e os enfeites da sala? Não gostam de seus brinquedos? Cansaram-se de mais um? A criança instintivamente entende que tudo em sua volta está para ser vivido, ou seja, explorado, investigado, observado, descoberto e criado.
Ao brincar, há levantamento de hipóteses e conclusões, há projeções e exercícios de vida. Um brinquedo se presta tantas vezes quanto for necessário para que a criança realize este exercício e depois de esgotadas as suas possibilidades, ela parte para outras descobertas e desafios. Por isso os brinquedos prontos, com utilidade determinada para um só fim, oferecem possibilidades menores de exploração do que o que chamamos de “brinquedo não estruturado”.
Estes são materiais de baixo custo, que não foram pensados para serem brinquedos e o mais importante: as crianças adoram! Como exemplo, podemos citar tecidos, pedaços de madeira, pneus, sucata, caixas de papelão, pedras e outras infinitas possibilidades. Quem não se lembra de ter vivido bons longos momentos construindo casas e castelos com os lençóis? Por fim, algumas dicas para o desenvolvimento de crianças criativas, criadoras e que aproveitam seu momentos de brincadeira não apenas como distração, mas como genuíno aprendizado prazeroso. Para crianças pequenas:
Estabeleça limites claros para o que a criança pode e o que não pode tocar.
Justifique e não abra mão: isso quebra, pode machucar, etc. A negativa deve vir bem fundamentada, visando a integridade física da criança.
Sugestões para acesso: armários de panelas, gavetas de panos de prato, armários de potes de plástico, objetos da sala, armários dos quartos.
Deixe que ela explore livremente, e envolva sua ajuda e responsabilidade na hora de recolher os “brinquedos”. - As fruteiras são ótimas fontes de brinquedos não estruturados: laranjas, limões, batatas, chuchus...
Que tal voltar do trabalho com uma caixa de papelão enorme para fazerem juntos uma cabana?
Ofereça sempre novas possibilidades. As crianças buscam constantemente maiores e melhores desafios. Observe seu filho e perceba suas necessidades físicas, curiosidades e interesses.
Enquanto a criança estiver entretida e concentrada, deixe que permaneça no “seu jogo”.
E lembre-se: brincando também se aprende